sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Mulher maravilha em seu elemento






Ela é chamada de Arabela Ribeiro Ramos. Ela nasceu numa terça-feira, 27 de junho de 1939, na zona rural  Carolina. Que está localizado ao sul do Maranhão, à beira do Rio Tocantins. No tempo de Arabela um rio mais movimentado por causa do porto da cidade. Hoje uma cidade turística  bonita com mais de 24.000 habitantes. Com impressionantes cachoeiras.  No entanto, Arabela nunca mais a visitou. Passou a maior parte de sua vida em outra pequena cidade também à beira do Rio Tocantins. Tupiratins onde se casou e teve sua primeira filha.
Ela é a segunda na linha de onze filhos de João Ribeiro e Dalzira Nascimento. Seu pai trabalhou a vida inteira no campo como agricultor. Com muito suor. Arabela também  como sua mãe, dar à luz onze filhos, os quais andam na terra com uma vida saudável. Sempre trabalhou duro com o marido para alimentar seus filhos.
A Arabela de 73 anos agora vive com o marido, um filho, uma filha e seu marido (o escritor do blog), em uma casa em Taquaralto, um subúrbio da capital do estado do Norte escassamente povoado de Palmas Tocantins.
Arabela tem sangue indígena, recebeu do avô, do lado da mãe. Arabela conhece bem a natureza, sabe tudo da natureza, tem uma ligação visceral com a natureza. Ela olha para o céu, quando  nuvens surgem e sabe se  vai ou não  chover,  se é uma chuva torrencial, só uma chuva, com ou sem tempestade e com relâmpago.
Eu é claro não posso deixar testar ela. Ver para crer. Uma nuvem, um ar de trovões, rajadas de vento e eu começo. Mãe, tem chuva hoje?  Arabela olha para o céu, sob seus ombros hoje, sucessivamente. ´não, hoje não, só no outro lado do bairro. Ou: ´´Quinze minutos vai chover aqui muito`` E sim, acontece.
Mais sobre a natureza gente. Por trás de sua casa,tem um grande jardim. Uma espécie de Horta. Com árvores que dão frutas, como manga, caju, acaí  cupuaçu, goiaba,abacate, muitas plantas medicinais, pimentas de todas as cores, sabores e tamanhos, tomates pequenos (gostoso!). Mais de três centenas de plantas diferentes. Dor na barriga, garganta seca, nariz escorrendo? Mãe oferece uma xícara de chá. Primeiro colhe uma folha ou um galho no jardim. E põe para cozinhar em água. Às vezes é tão terrível que é preciso coragem para mantê-lo dentro. Se isso ajuda, quer saber? Precisa ainda  de alguma  resposta a seguir?
Arabela é uma mulher-maravilha, não é uma pessoa  de muitas palavras, mas por outro lado, muitas ações. Ela é extremamente criativa. Ela nunca para. Ela faz de dois litros de garrafas de plástico vazias de refrigerante, fio, fios e tecidos muito agradável porta-papel (foto direita). As mesmas garrafas ela também corta  em tiras e Arabela prega em um pau velho. Uma vassoura, é bom para limpar teia de aranha. Um outro tipo de vassoura é fabricado de ramos de uma árvore de Açaí. Arabela usa tudo, joga nada é jogado fora. Tudo se transforma.

Realmente um milagre é uma criação de uma rede. Difícil a seguir. A rede é esticada  por um lado desgastado de uma  antiga máquina de lavar, que ela já se transformou em uma mesa, e do outro lado em uma árvore. Ela usou o lado sem corte de uma faca grande e um tear, feito de palitos de picolés.
Ele funciona perfeitamente. Arabela move suas mãos lentamente. Mas sem parar. Ocasionalmente para, ela olha, ela  sente. E está bom, ela sabe. "Você não deve contar quantas vezes você deve inserir o laço?"', eu pergunto. Ela faz isso sete vezes. Arabela ri. "Não, eu não preciso contar". Pergunta estúpida. 
Antigamente, ela fiava a linha  de algodão. E, em seguida, tecia em tear cobertas, redes, roupas. Sim, ela ainda tem o fuso de fiar o algodão. Ela me mostra. Cade os fios? E oba,  novamente, os dedos começam a fazer delicadamente e aparece um fio forte. Parecia muito fácil. Esqueça. Quando eu tento, não aparece nenhum milímetro de fio de algodão. Desistir é melhor.
Arabela fazia em três dias, uma rede que certamente dura dez anos. Necessidade, porque todos os seus filhos dormiam em casa em uma rede. Evaldo, um deles, confidenciou-me uma vez: "Eu dormi até me casar em uma rede .Depois de casado dormi pela primeira vez em uma cama".  Arabela faz pequenas redes, solicitadas pelos  netos. Lá eles podem deixar suas bonecas dormirem. Essas redes  são bonitas. Elas são perfeitas, até o mais ínfimo detalhes.
Arabela não está acostumada a ir para  sua cama cedo. A noite ela vai costurar na sala de estar por trás de uma máquina de costura Singer preta antiga. Que  sem dúvida, você encontra esta  máquina de costura num famoso museu holandês da Singer em Weert.  A máquina de Arabela  tem esse maravilhoso som sonoro. Arabela recupera  roupas, inventa outras. Incontáveis pequenos retalhos, costurados e formando  um completo cobertor . Que paciência. Os olhinhos. Nada escapa a ela. Contar? É para estúpidos.  No chão estão coberto de pequenos pedaços de retalhos. Arabela puxa durante a costura da colcha de retalhos. Pouco para a esquerda, pouco para a direita. Corte corte, diz um par de tesouras. A Singer não pára. Parece mais modelar que costurar. É estilo de Arabela. Um mulher maravilha em seu elemento.

Texto adaptado do Blog de Norbert Bruggeman/http://brugje.blogspot.com

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