Há muito tempo eu não visitava o Estado do Tocantins no mês de julho. É o mês mais agradável de lá; temperaturas amenas, poucas chuvas (a chuva do caju não pode faltar). Ah, os cajuzinhos! Ainda tem no Cerrado, na porta da rua. Fico feliz.
As pessoas de férias e muitas cachoeiras e praias dos rios Tocantins (foto direita), Araguaia e Rio do Sono para curtir. Os moradores nativos do Estado não gostam de sair de lá em julho e os que moram fora, vem visitar familiares, amigos ou somente matar a saudade dos rios. Essa relação homem-rio é visceral, é difícil explicar esse sentimento de pertencimento a estes rios, principalmente ao rio Tocantins. O povo tocantinense ainda tem essa particularidade, esse bairrismo, talvez um certo lirismo. Mesmo com quase 30 anos morando em outros lugares, o meu bairrismo ainda permanece, e nesse ano senti-o mais acentuado. Deve ser pelo tempo que fiquei distante ou pelas mudanças que presenciei e algumas não são boas, principalmente as que mexem com a relação homem-rio.
Isso mexeu com meus sentimentos bairrista. Mas o que quero falar mesmo é de música. Isso, não sou especialista, nem conhecedora de música, apenas gosto de música. E visitando várias cidades do Estado do Tocantins, percebi que a população ainda ouve determinadas músicas que não estão na moda, nem são consideradas cult. E o que me chamou mais a atenção foi justamente serem essas músicas, consideradas bregas do bregas ainda fazerem sucessos em casa, sendo ouvidas altas ou nos bares das cidades.
Aparecida do Rio Negro, uma pequena cidade a 80 km de Palmas, a capital, com 4 mil habitantes, 33 bares, encravada entre a bela Serra do Lajeado perto de tres rios (mapa esquerda). Ela é apenas o ´portal para o Jalapão`, como a própria prefeitura da cidade diz. Pois 40 quilômetros após, fica a cidade de Novo Acordo, a beira do rio do Sono, já é o Jalapão. Eu estava ás onze horas da manhã sentada num bar com meu namorado e um amigo, de fronte a estrada que sai para o Jalapão, é um ponto estratégico, vendo a vida passar.
O bar estava cheio de homens, eu era a única mulher. De repente ouço uma música que eu havia ouvido ainda criança, não me lembrava mais. As pessoas aplaudem o dono do bar. Alguns cantam. E eu, coincidente mente também começo a cantar a música. Mas como? Ah, eu a conhecia, sim, era uma música que eu ouvia no rádio quando criança e que fez muito sucesso. Fui ver com o dono do bar a o Cd, era uma coletânea de músicas bregas, mas classificadas como românticas de todos os tempos e que fizeram muito sucesso na década de 70. E a música em questão era de José Ribeiro, a música: ´A porta da cozinha`. Que título. Era uma coletânea de 20 músicas. Ouvi todas, e lembrei-me de todas. Eram músicas que falavam de amor, desilusão, traições, mulheres, ciúmes, vinganças, amores impossíveis. eu só as conhecia por rádio, pois somente na década de 80 que a tv chegou a Região Norte, hoje Tocantins. Lembro-me que essas músicas marcaram minha infância e minha imaginação. Raramente tinhamos acesso a algum álbum onde poderíamos conhecer a foto do artista. Eles eram os prícipes encantados de muitas moças e senhoras casadas sonhadoras. Anos depois, quando fui morar na capital, esses artista não faziam mais sucesso, mas pude conferir algumas de suas fisionomias e alguns desmoronaram a imagem de meu príncipe encantado. Alguns desses artistas morreram de forma trágica, mas alguns continuam cantando pelos bares do Brasil e ainda fazem sucesso. Outros mudaram o estilo musical, mas continuam com sua arte. Eu gostaria de falar de todos, mas vou falar apenas de alguns deles:
JOSÉ RIBEIRO
José Cipriano, nome artístico José Ribeiro é natural de Barbacena, Minas Gerais. Antes de ficar famoso pelo seu romantismo, Ribeiro tentou a carreira como cantor de baião. Em 1972 ele estourou de norte a sul do país fazendo parte do casting da gravadora mais importante do Brasil, a CBS. A música ´A Beleza da Rosa` é até hoje uma das mais tocadas no nordeste do Brasil. Mas a música que ouvi em Aparecida do Rio Negro, foi a música ´Na porta da cozinha`, que na região Norte (hoje Tocantins), foi a que mais fez sucesso.
Na porta da cozinha
Este Blog é para que eu possa me expressar como pessoa, como cidadã, mulher, ativista, defensora dos Direitos Humanos, da Cultura, da poesia, da escrita, da política, da educação, do que eu quiser.
quarta-feira, 27 de julho de 2011
segunda-feira, 20 de junho de 2011
quarta-feira, 15 de junho de 2011
sábado, 11 de junho de 2011
sexta-feira, 4 de março de 2011
Pedaço de carne sem vida
Que as mulheres brasileiras são mundialmente famosas por seus derrière todos sabem. Fala-se muito em exploração da imagem da mulher pela mídia. Mas também tem essas mulheres popozudas que adoram ser exploradas por estes meios de comunicação. É uma forma delas ficarem famosas, ganharem dinheiro, e ás vezes conseguirem ser apresentadoras de programas de tvs, a maioria fúteis. Não que estes bumbuns só apareçam no carnaval, ao contrário, eles vão aparecendo durante o ano com diversos nomes e motivos. A onda do momento são as dançarinas de algum cantor ou grupo de funk, as fanqueiras. Estas, se tornam independentes do seu grupo e começam a caminhar com suas próprias bundas. Mas falando em popozudas, vem à minha lembrança, as mulheres que apareceram na tv mostrando e explorando seus famosos bumbuns nos anos 80: Gretchen (Maria Odete Brito de Miranda, 52 anos, 14 casamentos, 5 filhos e Rita Cadillac (Rita de Cássia Coutinho, 56 anos), nos anos 80. Gretchen, uma cantora medíocre que se apresentava ao público, a maioria masculino, de costas cantando piripiripiri, oh mon amour...! Vendeu 12 milhões de discos. Arrebanhou multidões e o título de Raínha do bumbum. Rita Cadillac, uma dançarina de auditório que rodava o dedo de costas para anunciar o intervalo do programa do saudoso Chacrinha, tornou-se cantora e atriz pornô. Saudades delas com seus bumbuns sarados, naturais e até ingênuos. Atualmente há uma profusão de bundas-frutas,artificiais, é claro, com litros de silicones para aumentá-los. Há frutas, ops, bundas de todos os sabores: melancia, era, maçã, morango, jaca, e ornamentais também, a mulher samambaia. A maioria são dançarinas ou pseudocantoras de funk. Se as outras mulheres do Brasil reclamam, ainda não apareceu nacionalmente, somos até conivente com esta aberração e desrespeito com as mulheres que são normais. Deixamos vender uma imagem não real e longe da nossa realidade. Ou quem sabe, também sonhamos em ter uma bunda dessas. Os movimentos feministas no Brasil nunca foram tão agressivos em relação à exploração da imagem da mulher, por isso são muito usadas. Está passando a onda das mulheres frutas e agora tem outra forma de mulher; a mulher-vaca. Não a vaca indiana, sagrada, mas a mulher abatida, a do açougue, vendida aos pedaços, esquartejada. Prontinha para o consumo. Este tipo de mulher esquartejada é mais perigoso. A mulher já não é mais somente um objeto sexual. Dá a impressão que ela pode ser escolhida pelo melhor pedaço e nisso o brasileiro tem preferência: a bunda. A mulher não tem vida, não tem cérebro, não é um ser, é somente um pedaço de carne. Esse pedaço de carne não trabalha, não tem filhos, não ama, não participa da vida política do país. Agora temos uma mulher Presidente do Brasil, ela foi uma militante, lutadora pelos direitos humanos. Quem sabe algumas dessas bundas, digo, mulheres, acabem tendo consciência de que são vista apenas como um pedaço de carne, sem vida. E tornem-se represenantes das mulheres reais. Mas o que foi mais interessante mesmo é a mulher filé. Esta sim, digna dos homens brasileiros, que adoram uma carne. Talvez eles se lembrem da sua origem dos homens das cavernas, o macho carnívoro. E nos fim-de-semana,vão comprar carne para seus churrascos, sintam que estejam comprando um pedaço de mulher e alimentem seu lado sexista e machista.
Assinar:
Postagens (Atom)